terça-feira, 10 de julho de 2007

Previsões do Futuro


Prever o futuro é sempre uma tarefa árdua e inglória. O presidente do escritório de patentes americano falou que nada mais havia para ser inventado... no século XIX. O presidente da IBM disse que o mundo não precisaria de mais do que cinco computadores e os executivos da Kodak não compraram a patente das fotocopiadoras porque achavam que ninguém iria se interessar por uma foto em papel comum de baixa qualidade... Para o século vinte foi previsto que iria se atravessar da Europa para a América em fabulosos seis dias e as mulheres seriam tão ousadas que teriam os vestidos mostrando os tornozelos. Nenhum escritor de ficção científica previu a Internet.
De qualquer forma, vou arriscar. Quero prever o futuro para que daqui a cinqüenta anos alguém confira o que acertei e errei. Aqui está a minha visão:
Energia:
As casas terão os telhados preto-brilhantes e gerarão a própria energia que consumirem. A rede pública de eletricidade será ligada apenas em prédios e em casas pobres. Essas casas de telhado preto não serão cobertas de painéis solares como os modernos, mas de cerâmica termelétrica, que gera eletricidade a partir do calor, não da luz solar. Cada telha terá um contato que a ligará à telha seguinte, produzindo assim uma enorme área.
O álcool e o biodiesel não serão mais grandes riquezas e, como o ciclo do ouro, da borracha e do café, deixarão enormes áreas empobrecidas no nosso país, além de terras debilitadas. A tecnologia da célula de hidrogênio vai prevalecer, não pelo simples fato de ser mais eficiente, mas porque a eletricidade vai se tornar muito mais barata, viabilizando a eletrólise da água. O hidrogênio será estocado em esponjas e não mais em tanques.
A eletricidade não será acumulada em baterias, mas na forma de hidrogênio e, nas indústrias, em volantes de inércia (flywheels): um rolo que gira em alta velocidade no vácuo e que transforma energia elétrica em cinética e vice-versa. Será também desenvolvido um acumulador de calor muito mais eficiente do que um tambor de água que permitirá guardar grandes quantidades de calor em pequenos espaços para depois transformá-lo em eletricidade.
Segurança:
As tecnologias bancárias avançarão tanto que o dinheiro cash será abolido. Primeiro, a Casa da Moeda anunciará o fim das notas de valor mais alto, até acabar com o dinheiro miúdo.
Os telefones celulares não terão mais carregador, pois a bateria não precisará ser trocada, alguns usarão a tecnologia “witricity”, eletricidade transmitida sem fio. No entanto, existirá uma conexão que pode ser plugada em um outro celular para efetuar pagamentos direto de uma conta bancária para outra, com identificação biométrica e sem a mínima possibilidade de fraude.
Com o fim do dinheiro, acabará a corrupção policial e de funcionários públicos. As cidades serão muito mais seguras.
Ecologia:
O mar subirá pouco, mas não ao ponto de provocar grandes êxodos populacionais. O que hoje são medidas para não poluir, se transformarão em medidas para reverter os efeitos do homem sobre o clima, como por exemplo substituir florestas equatoriais por plantas com maior albedo para refletir melhor a luz solar.
A tecnologia de plasma para incinerar o lixo não vai prosperar. O lixo continuará a ser acumulado em aterros sanitários. Transformar o lixo em energia não terá viabilidade econômica. O Brasil deixará de ser o país campeão de reciclagem no mundo. O ar das grandes cidades será menos poluído do que hoje.
Não faltará água, nem alimentos e nem minérios.
Ninguém dará a mínima para a extinção de espécies, pois existirá tecnologia para reviver animais extintos, como no filme Parque dos Dinossauros.
Trabalho:
O “home office” será muito mais evoluído do que hoje, pois será todo em 3D. As telas dos computadores, os scanneres e as impressoras conseguirão representar, transmitir e criar cópias de objetos à distância, no entanto as pessoas continuarão a se deslocar para o trabalho, mais ou menos como hoje o fazem.
Arte:
Daqui uns quarenta anos vai ocorrer um fato que vai passar praticamente despercebido, mas que vai mudar o mundo: o lançamento comercial do primeiro robô humanóide artesão, que vai ter a capacidade de transformar o corrimão da sua casa em uma obra de arte. Esse invento vai possibilitar uma inversão na tendência de design que vem desde o início da revolução industrial, o da simplicidade. No futuro as casas parecerão muito mais com um castelo europeu do século XVIII misturado com um templo indiano do que com uma casa japonesa. Isso vai se aplicar a quaulquer coisa, inclusive os automóveis e cabines de avião terão o estilo "neo-rococó".
Religião:
Ao contrário do que muitos pensam, as missas em latim farão com que o catolicismo dê a volta por cima, revertendo a atual tendência de queda sobre as religiões evangélicas, voltará a ser muito mais freqüentado do que é hoje. A oposição medieval entre muçulmanos e católicos voltará a ocorrer, gerando uma nova forma de racismo no ocidente.
Política:
O Brasil continuará a ser considerado o país do futuro e continuará a ser um país periférico na comunidade mundial. Os Estados Unidos continuarão sendo o país mais rico e poderoso do mundo. No entanto, já se começará a falar em abolir os estados nacionais, o que acontecerá daqui uns cento e cinqüenta anos.
Saúde:
A expectativa média de vida será de (bem) mais de cem anos. Um scanner do corpo inteiro (como o de uma tomografia) será muito mais barato e usual. Quando formos a um médico, o diagnóstico será feito com o uso dessas máquinas que posteriormente irão evoluir para um pequeno sensor, como o do seriado Jornada nas Estrelas.
Geral:
Os carros não voarão. A máquina do tempo não terá sido inventada, não se inventará uma maneira de viajar para outra galáxia. Não haverá a terceira guerra mundial. Os homens continuarão usando terno e gravata. No entanto, conforme o sonho dos alquimistas medievais, metais poderão se transformar em outros metais e por causa disso o ouro não valerá quase nada, vão ser bem comuns torneiras, rodas de automóveis ou revestimento de prédios de ouro maciço. As pessoas vão sair à rua com roupas de invisibilidade, parecendo que só têm a cabeça flutuando no ar, e também anônimas, com verdadeiras “burkas” eletrônicas, mas vão ser modas passageiras. Famosos vão usar bastante esses recursos.
As favelas dos bairros da zona sul do Rio não serão mais locais violentos, pelo contrário, serão bairros charmosos, habitados por intelectuais e estudantes.
Animais serão misturados por engenharia genética e ocorrerão muitos protestos, principalmente de grupos de fanáticos religiosos. Por essa tecnologia não se obterá apenas vacas que dão mais leite, mas seres dignos da Ilha do Dr. Moreau.
Viajar ao espaço ainda vai ser coisa de rico em cinqüenta anos, mas não mais de multimilionários, como é hoje.
Os cientistas já terão conseguido teletransportar (desmaterializar em um lugar e fazer aparecer em outro) gases e não apenas partículas subatômicas como hoje e essa tecnologia estará sendo muito estudada como promissora no transporte do futuro-do-futuro.
A Google vai dominar a informática. Tudo vai ser online, wireless e gratuito. Os arquivos pessoais serão guardados na Internet e não no computador. Computador será uma máquina sem sistema operacional e nem HD. E de uso coletivo. E sem ventilador e sem botão de ligar. Para usar qualquer computador do mundo, já personalizado para o usuário, bastará passar um cartão pela frente e usar a máquina normalmente. O teclado continuará igualzinho ao de hoje, os PC Tablets vão ser esquecidos, mas todo laptop vai ter tecnologia de mesa digitalizadora na tela.
A inteligência não será mais privilégio humano, criar-se-ão animais inteligentes e também computadores que raciocinam. Em cinqüenta anos, computadores já serão mais inteligentes do que cachorros e estarão se encaminhando para superar a inteligência humana.

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