domingo, 26 de agosto de 2007

Metrô

Passivo, numa velocidade estonteante
Percorreu o subterrâneo de uma das maiores cidades do planeta
E quando o trem parou na estação
Seu olhar penetrou no mosaico fluorescente da janela de um outro vagão
E perplexo percebeu
O olhar que passara a vida toda a procurar
E a lhe procurar.
Nesse instante lhes passou pela cabeça
Um terrível desejo de abraçar,
Separavam-lhes vidraças tão espessas
Que só foi possível se manter no lugar.
Numa angústia que nada reconforta
Não foi possível nem um gesto esboçar
Um apito selou todas as portas
E cada qual foi buscar o seu exílio
Porque os trilhos, vazios nos dois sentidos
São construídos para a vida continuar.

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