domingo, 20 de janeiro de 2008

A Quem Interessa o Discurso Ecológico?

O discurso ecológico tem algo em comum com Uri Geller, Mãe Dinah e Juscelino da Luz, pois em ambos os casos, a imprensa dá ampla cobertura de supostos acertos e não divulga as falhas.
A ação do homem está derretendo as geleiras da Groelândia? Mentira, já se descobriu que são fatores naturais, mas quem divulgou a contra-informação? Quantas pessoas sabem que já se descobriu que florestas de pinus não deterioram a qualidade do solo, como se falava anteriormente? Mas é verdade. E pesquisadores já chegaram à conclusão que a camada de ozônio está se recuperando. As usinas nucleares se transformaram de vilãs em heroínas, pois não emitem CO2. Tomar sol faz mais bem do que mal à saúde. Quem divulga essas boas novas achadas apenas em insossas publicações científicas e notas de pés de página? À grande imprensa parece só interessar o catastrofismo.
Alguém já leu um jornal só de notícias boas? Eu conheço um que pode ser acessado neste link e não faz nenhum grande sucesso. Sangue e desgraça vendem muito mais.
Aos países frios e desenvolvidos, certamente interessa mais o discurso ecológico do que aos seus concorrentes, países tropicais e em desenvolvimento que possuem uma grande vantagem no que tange aos produtos da agropecuária (duas safras de uva por ano, árvores para celulose que crescem mais rápido, gado com produção extensiva mais barata, etc.).
E quantas ONGs, grupelhos, associações, sindicatos, etc. não ganham fortunas extorquindo dos governos apoio aos seus projetos muitas vezes totalmente vazios. E pesquisadores em universidades? E universidades e outros institutos de pesquisa? Quanta grana não corre por aí?
E quantas indústrias se desenvolveram na cola deste discurso? Quantas necessidades desnecessárias (sic) não foram criadas nos últimos anos?
Como comparação, que tal um discurso ecológico verdadeiro? Que tal limparmos rios e córregos, promovendo o saneamento básico e tratamento de esgotos para toda a população? Por que não isentarmos de impostos os carros elétricos e com células de hidrogênio? Por que as prefeituras não plantam árvores em cada canteiro vazio da cidade, inclusive árvores frutíferas em praças, parques e terrenos baldios? Por que não se esteriliza os cães e gatos das ruas que defecam e trazem inúmeras zoonozes à população? Por que não se combate de forma efetiva as ocupações irregulares e a favelização das grandes cidades?
A resposta é fácil. Porque um discurso ecológico que seja real, inconteste, simples e cotidiano não dá grana, e nem votos, para ninguém. É muito mais lucrativo comover as pessoas com o afogamento dos ursinhos polares do Ártico do que com os cachorros sarnentos da esquina. Tem um monte de gente a que interessa o discurso ecológico, mesmo quando ele não é verdadeiro.

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